terça-feira, 6 de julho de 2010

Bonjour, mademoiselle

Todo mundo sabe que as nossas maiores frustrações são resultado de grandes expectativas. Pois bem, minha expectativa de Paris, assim como imagino que seja a de muita gente, era muuuito grande. E a frustração foi inevitável. Lógico que não é sempre que temos grandes expectativas que nos frustramos, tem que rolar uma 'ajudinha' para isso.

Não passei muito tempo lá, mas o suficiente para perceber que a cidade que eu imaginava não existe. Já ouvi muita gente dizer isso, sei que não estou iniciando nenhuma polêmica (mas se você tem opinião contrária pode argumentar!). Mas também não é nada demais, eu gostei de Paris, tem coisas lindas, interessantes e, afinal, tá na Europa né gente. Quão ruim pode ser?

Fiquei quase uma semana, pouquinho. Fiz questão de subir até o último andar da Torre Eiffel. Oh céus, que programa de índio!!! Para começar, aqui (na Europa) é verão. Verão mesmo! Digno de 35 graus de sol na sua cabeça. A fila para a torre durou mais de 2 horas de pé, no calor e no sol. Como eu queria ir até o topo, ainda enfrentamos mais fila para subir no outro elevador (eu fico imaginando quem vai de escada...). E fila para descer! Putz. Na minha frente uma garota desmaiou na fila. Super saudável. Tudo bem, tenho que ser justa. Programa de turista em época de férias é sempre um belo programa de índio. Bom, a vista é realmente incrível. A cidade é toda planejada, organizada parece.

Mas, sair do metrô, virar a esquina e, sem esperar, dar de cara com a Torre Eiffel foi incrível. Ela é muito maior do que eu pensava - talvez porque tenha me decepcionado com o tamanico da Casa Branca, agora espero que os monumentos sejam menores do que parecem nas fotos (ok que a casa não é bem um monumento, mas vocês entenderam). E lá em frente estava tendo o Fifa Fan Fest de Paris, chique né? Mas o país também não me parece muito ligado ao futebol. Bom, não posso afirmar isso uma vez que cheguei lá depois de a França ter sido eliminada da Copa. Vai ver que antes as bandeiras nacionais reinavam em carros e janelas. Sei lá!

Falando em futebol, assistir aos jogos em outros países tem sido uma experiência interessante. Aqui na Alemanha dá até para dormir no ritmo sem graça e formal que os narradores levam o jogo. Já na França, mesmo sem entender muito, dá para arrancar boas risadas mesmo de quem está perdendo. Eles são muito engraçados! São leves, rápidos e bastante informais. Riem, zoam, falam: "uh-la-la"! Gritam e torcem, gostei!

Inclusive quando fomos assistir ao jogo do Brasil (oh, desgraça) em um bar em Montmartre, a garçonete já criou o clima. Apontou pra todo mundo nós duas (eu e mami) brasileiras e outras duas sentadas no bar que eram holandesas. Sacou uma vuvuzela de trás do bar e só dava ela. Uma vira casaca cara de pau, devo dizer! Quando chegamos, ela enrolou minha bandeira no seu corpo, fazendo um vestido do Brasil e foi desfilar pela rua. Crente que a gente ia ganhar. Bom, isso eu não posso culpá-la...

Montmartre é um bairro bem agradável, com as lojinhas, sexshops, cabarés (iei Moulin Rouge), brasseries e bares. Um passeio ótimo foi subir até a Sacre Coeur, valeu a pena. A igreja é linda, e lá perto tem uma praça onde há pintores e caricaturistas fazendo retratos das pessoas, além de restaurantes e mais comércio. Falando em comércio, andamos pela Champs Elysée e estava insuportável! Muita gente, mendigos, não tinha lugar para comer... E as lojas não me chamaram a atenção uma vez que eu prefiro gastar em dólar do que em euros! Não que eu compre alta-costura em NY, mas certamente valeria mais a pena.

O que eu acho que deve valer a pena são os museus, que não conseguimos ir a nenhum! Queria ter ido ao L'Orangerie para ver especialmente a sala onde Monet pintou as ninféias e também ao Petit Palais, que está tendo a exposição do Yves Saint Laurent (chegamos 15 min depois de fechar). Aliás, as Gossip Girls estão filmando em Paris. A Serena e a Blair não saem do meu pé, socorro.

Os monumentos são todos lindos e gigantes. E qualquer lugar que dê para ver o Sena é lindo. Tem até uma mini Estátua da Liberdade no Sena. Eu não sabia! Sei que a Estátua de Nova Iorque foi dada aos americanos pelos franceses, mas não sabia que eles também tinham uma filhinha dela no Sena.

Bom, mas o passeio que mais fez valer a viagem foi a ida ao Jardim de Monet. Desde que, no colégio, eu li um livro chamado Linéia no Jardim de Monet (que recentemente comprei pela internet de novo!) é um sonho para mim conhecer o jardim e a famosa ponte! Eu amo o livro, amo a Linéia e agora amo Monet!

O Jardim de Monet fica na Normandia, mais ou menos 1 hora de carro de Paris. Eu sinceramente não sei como um turista faria para chegar lá. Mas, por muita sorte, fomos muito bem recebidas e ciceroneadas por uma família amiga muito especial! Nos receberam na casa deles nos dois primeiros dias, quando comemos todos os tipos de queijos, pães e milhões de aperitivos que faziam o jantar quase desnecessário.


Bom, o jardim é incrível, nunca vi tantas flores na minha vida. E eu so alucinada por tirar fotos de flores! Enfim, para vocês só 3 porque eu sei que é um saco.

Além do próprio jardim e da casa de Monet (que é mantida original, na medida do possível), que serve como um museu com as suas obras mais importantes, a viagem vale a pena por todo o ambiente - o lugar mais precisamente se chama Giverny. Chegando lá é logo perceptível que estamos bem longe de uma cidade grande. Há casas de campo, muitas muitas flores e todo tipo de natureza. Tem hotéis, estilo pousadas, e restaurantes típicos (crepe para o almoço!). Antes de visitar a casa, fomos ao Musée des Impressionnismes, que exibia uma linda coleção de pinturas impressionistas do Rio Sena (L'Impressionnisme au fil de la Seine), de artistas como Renoir, Matisse e, claro, Monet.


Ah! A visita só vale a pena entre abril e novembro, fora desse período é frio e está tudo basicamente fechado.

Voltando à capital...

Eu sei que eu já estou muito crítica sobre essa viagem, mas o pior ainda não chegou. Eu achei o maior atraso do mundo o fato de que, com um calor de 35 graus em Paris, não achamos ar condicionado! Como assim? Tudo bem que o verão ocupa um tempo ridículo do ano da Europa em geral, mas sim, faz calor em pelo menos 3 meses. E calor de verdade! Não há ar condicionado no metrô. Isso para mim é o pior! Aquele metrô apinhado de gente, todo mundo colado um no outro, com um calor de matar e sem nenhuma brisa! Quando entramos, já suados da estação, sentimos dentro do carro aquele bafo quente, que não é temporário. Sério, não pude acreditar que numa cidade como Paris as pessoas passem por isso. E também no circuito turístico que fizemos, não conseguimos almoçar em um restaurante com ar condicionado uma vez sequer. Bom, não podemos deixar de perguntar ao recepcionista do hotel se havia ar condicionado do quarto. Quando ele disse que não, mas que poderíamos abrir as janelas, quase não percebemos o humor francês e fomos embora! Mas enfim, dormimos no fresquinho. Ahhh!

Como eu já disse aqui, odeio ser turista. Mas ao mesmo tempo, não tem muito jeito né. Daqui a pouco chegam posts sobre a Alemanha - já contei que eu tô aqui né? Au revoir!

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