sexta-feira, 26 de março de 2010

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Publicidade de Primeiro Mundo

Televisão para mim não é algo para fazer no "meio tempo". Enquanto eu espero alguma coisa, quando não tem nada pra fazer, antes de dormir... Não! É assim: "Agora não posso, tô vendo TV". É triste e vergonhoso, mas eu tenho uma pilha de livros para ler (eu também amo ler, mas a TV tá em outro estágio) e boa parte dela não andar mais rápido é que eu passo muito tempo vendo TV!

Eu descobri que isso é bom pra mim, televisão não serve só para fritar meus neurônios! Como profissionalmente pretendo me envolver nessa área eu me convenci que é praticamente um estudo. E ai de quem disser que não!

Enfim, lembra que eu contei no post passado que comprei uma TV maior que eu né? Depois disso, só faltava ela pegar! Liguei pra Time Warner, que é o cable padrão aqui onde eu moro. O cara falou que custava U$50 por mês, que isso! Eu achava que a NET era cara (isso porque a minha NET ainda era aquela caixinha preta com letra vermelha e nem Telecine tinha - eu odeio ver filme na TV). Mas no Brasil eu acho que vale o investimento... Eu adoro a Globo (viu, chefes), mas é impossível ficar sem a magnífica produção televisiva norte-americana (totalmente entregue ao 'sistema'). Eu e minha mãe já falávamos: "Tudo bem, pode sair... eu vou ficar em casa. Eu e minha amiga NET." Para não ser injusta, a NET tem muito mais coisa legal do que o que é importado: as produções do GNT, Multishow (antes de virar a MTV pré-pré adolescente), Globo News... Mas o que pega mesmo pra mim são as séries!

Bom, isso tudo pra dizer que eu falei pro cara do Cable: "Olha, eu só preciso dos canas NCB, ABC, Fox, CBS... " Aí ele, muito impaciente e não acreditando que alguém se satisfizesse com isso, me disse que esse era o mais básico e que era U$30. Pô! Isso pra ter TV aberta?! Aí lá fui eu pra Best Buy procurar uma ANTENA! Enfim, minha antena parece um satélite alienígena, custou suados U$60, mas funciona que é uma beleza! Nem preciso colocar Bombril na ponta. Quando não pega, não fica chiado ou a imagem treme - como é digital, a imagem simplesmente não aparece! Com ela veio uma instrução de entrar num site para detectar examente a posição que você está no planeta Terra e determinar qual o melhor ângulo para você apontar sua antena! Uau! Óbvio que eu fiquei com preguiça.

Enfim, CBS: 2, NBC:4, FOX:5, ABC:7! Pra quê eu quero mais?! Eu nem acredito, todas as séries assim, pela antena! E não só isso, Oprah, todos os Late Nights (sério, é MUITO late show nesse país), Jornalismo, Realitys que não acabam mais... E outro dia saí dessa 'zona de conforto' e descobri vários outros canais, tipo Telemundo (pra assistir El Clon!), TV Azteca, LATV...

Como eu faço curso a noite no horário nobre da TV (por que não pensei nisso antes?!), acabo perdendo muitos episódios, mas dá pra ver tudo pelos sites oficiais depois, de graça. E também tem uma infinidade de piratas né, mas eu ainda não entrei nesse mundo.

Bom, mas isso tudo eu já via no Brasil, só que eu pagava a mais por isso e tinha um certo 'delay'. O que me chama mais a atenção na TV aqui são as propagandas! Por diversos motivos...

  • Concorrência desleal
Sabe como no Brasil as marcas só "insinuam" o que o concorrente faz ou deixa de fazer? Tipo aquelas propagandas da Oi... Aqui é assim: "Compra comigo porque o fulano (e fala realmente o nome da marca ou mostra o logo) é uma bosta!!! Ele não faz isso, isso e isso..." Eu não sei se isso não é novidade para ninguém, mas eu fiquei chocada! Alguém liga pro Conar!!!
Pois é... essa coisa de comparar aqui é muito comum, e não fica só na insinuação, fala mesmo! Eu contei isso para alguém e me disseram que nunca poderiam fazer isso no Brasil porque o público acaba ficando com pena de quem é desmoralizado e ganhando antipatia de quem fala mal. Nós somos uns corações de manteiga né?!

Aqui vão alguns vídeos para demonstrar do quê eu estou falando (se só quiser ver um, vê o do Audi, que é ótimo):

Audi vs. os outros



AT&T vs. Verizon


Dish vs. DirecTV


Domino's vs. Pappa Johns


Sinistro, né? Mas não adianta ficar com pena, porque todos esses "coitados" que estão sendo acusados de maus serviços fazem a mesma coisa!

  • Paid Programming
Se você tiver insônia por aqui se programe para que ela dure até +- 2 da manhã. Há uma programação de qualidade em todos os canais abertos até de madrugada, como os Late Shows citados acima (depois eu me aprofundo mais sobre isso) que são um atrás do outro! Mas quando você vê no guia (sim, que nem a NET digital, e eu consigo isso só com a antena!) que começa o "Paid Programming", pode se atirar da janela. A não sei que você seja desses viciados em compras pela televisão. O Paid Programming tem em todos os canais, e são propagandas dos mais variados produtos: remédios para emagrecer, base (sim, de maquiagem, só!), aspirador de pó...
Só que é 1 hora da propaganda do MESMO produto!!! Eu queria ter o vídeo para colocar aqui, é uma mega produção. atores, locações, várias demonstrações e depoimentos "reais". Como ficar uma hora ouvindo sobre um produto só?! Ah, socorro!

  • Efeitos colaterais
Sabe aquele asterísco mínimo que aparece nos comerciais de remédio ou aquela tela azul em que o cara fala na velocidade da luz "Se os sintomas persistirem, consulte seu médico" ou aquele outro aviso ajato sobre se tiver com suspeita de dengue? Pois é, aqui os efeitos colaterais tomam a maior parte dos anúncios de remédio! Por exemplo, no anúncio abaixo, são 25 segundos falando do que o remédio faz de bom para 35 citando os efeitos colaterais.

Eu não tô brincando, é assim: Tome esse remédio pra melhorar tal coisa, mas não dirija, não beba, se estiver com suspeita de depressão esse remédio pode levar ao suicídio!!!
Acho legal que seja obrigatório ter clareza com o consumidor, mas acho também que não precisava ser tão 8 ou 80! No Brasil, as propagandas claramente escondem muita coisa, aqui elas falam até demais! Precisa ler a bula toda? Além disso e tão engraçado, porque o narrador mantém o tom de propaganda das maravilhas do remédio quando fala coisas tipo: "pode aumentar as chances de suicídio". Como assim?
Todos os comerciais de remédio têm isso, mas de cabeça só lembro de um, se achar mais vídeos depois eu venho e atualizo, mas vamos lá:

Lunesta - remédio para dormir



Pout pourri - Efeitos colaterais

Achei esse vídeo no Youtube, que junta só a parte que fala sobre os perigos dos remédios! Todos originais.


Side Effects Spoof

Esse povo é muito criativo! Quando eu comecei a pequisar sobre isso, não achava que as pessoas tinham a mesma percepção do que eu. Mas pelo visto, tem gente que até zoa profissionalmente! Muito bom, assistam. Te faz pensar se vale a pena tomar o remédio!


Há muito mais para se falar da publicidade aqui, tudo é muito grande, chamativo e apelativo. Não fiz uma análise profunda né, mas é só o que me chama a atenção no dia-a-dia!

quarta-feira, 24 de março de 2010

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Fofurinhas

Todo mundo diz: "As pessoas em NY? Ah, são muito grossas!".

Tudo bem, eu também sou grossa às vezes, venho do Rio de Janeiro, brigo no trânsito, discuto com flanelinha (todo stress envolve carro na minha vida). Tô acostumada!
Eis que eu descobri que existe um nível de grosseria que transcende as relações humanas e a convivência civilizada em sociedade. E foi aqui.

É assim: ninguém aqui tá de bobeira, de sacanagem ou tem tempo a perder. Não sei se eles são grossos de propósito ou se simplesmente são tão egocentristas que não se importam de falar certas coisas ou agir de certa maneira com as outras pessoas. Uma coisa que notei também, é que não são só os nova iorquinos que são assim, é algo que você adquire com a convivência na cidade! Que maravilha, pra mim que já sou uma pessoa nada paciente, vai ser tiro e queda. Me aguardem.

Em menos de dois meses que estou aqui já passei por alguns casos desagradáveis. Na verdade quanto mais tempo eu deixasse passar, mas história eu teria para contar (eu sei que isso não acaba aqui!), mas ontem me aconteceu uma que eu queria ter filmado. Então acho melhor falar logo senão eu esqueço (minha memória não funciona). Bom, vou citar algumas situações:

- Tudo começou quando eu cheguei a NY. Vim pra cá da Flórida, com 3 malas e uma bolsa. Saindo do aeroporto tive que pagar U$5 pro cara levar minhas malas até o taxi (era o mesmo preço do aluguel do carrinho). Sabe a entrada do seriado Felicity? Era eu, muito mais carregada, olhando da janela do táxi para ver a cidade e muito animada! Até que ele chegou ao endereço da minha 'hospedagem', e hoje entendo porque (eu não sabia que tinha que dar gorjeta), mas ele até tirou as minhas malas do carro - e deixou no meio da rua. Nem levou até a calçada! 3 malas!!! Ok.. eu ainda estava tomada pelo espírito encantador que é o de quem chega a um lugar novo, e lá fui eu tentar carregar tudo. Para entrar no meu prédio são duas portas que tem que abrir, pra fora (não dá nem pra ir empurrando), e tem 3, repito, 3 seguranças na mesa. Sabe o que é todo mundo me olhar do meio da rua tentando sem sucesso (elas iam caindo no chão) levar 3 malas até o interior do prédio sem mover UMA palha?! Nem abrir a porta!!! Aí eu fui lá dentro (deixei minhas malas no asfalto) e falei: "Oi, eu estou chegando hoje, tem alguém que possa me ajudar com as malas?" Eles: "Não." Nãaao! Do tipo "não faz parte do nosso serviço". Voltei pra rua e depois de alguns minutos e quase suar no frio, levei tudo pra dentro.

- Fui comprar uma TV. Tinha uma de 32 polegadas muito barata, o preço de uma de 28, que era a que eu ia comprar inicialmente, então fechou. A dúvida era se ela ia caber no meu quarto, mas enfim, lá fui eu. O frete deles era de U$50, sendo que eu morava a 6 quadras da loja. Aí eu pensei, por esse preço, pego um táxi. O cara da loja, que tinha aquele carrinho de mão, disse que levava se eu desse uma gorjeta pra ele. Aí eu logo falei: tabom! U$5? Aí ele: U$20. Po!!!
Lá fui eu chamar um táxi - o cara do carrinho até fez a gentileza de colocar a TV no porta mala (que nem fechava). Quando o taxista chegou na minha casa e eu o paguei (de novo não dei gorjeta porque não sabia), saí do taxi e vi que ele nem se mexeu! Uaaaahhhh, eu ia ter que levar a TV sozinha! O arrependimento já tomava conta de mim... mas como eu sou da geração "deixa comigo, não preciso de ninguém" (até porque nem tinha essa opção né), fui lá carregar. Enfim, é impossível explicar com palavras como foi carregar uma caixa do tamanho dos meus braços abertos e muito pesada. Ninguém abriu nenhuma das duas portas pra mim, de novo, e ainda tiveram a audácia de falar: "Look who's got a brand new flat screen TV!" Assholes.

- Quando eu decidi vir pra cá, escolhi um curso na School of Visual Arts, que começava no dia 3 de fevereiro e me fez adiantar tudo e fazer tudo correndo. Pois bem, cheguei aqui no dia 3 só para começar no curso. Entrei no site para ver o endereço correto, quando vejo "Course status: canceled"! O quêêê??? Liguei pra lá para saber, e a mulher falou que eles ligaram para a minha casa (do meu pai) e deixaram recado. Não tinha recado nenhum, e eu não recebi nem um e-mail. Enfim, como eu ainda era uma pessoa relativamente civilizada ficou por isso mesmo. Como eu já tinha pago pelo curso, eu recebi um e-mail dizendo que eu tinha que ligar para lá para dar as informações do cartão que eu tinha usado para eles devolverem o dinheiro.
Ahhh, mas que abuso! Liguei pra lá REVOLTADA. Pra começar a mulher não conseguia me achar na lista de alunos, porque ninguém entende quando eu falo PINHO, e nem mesmo soletrado. Depois de muito tempo me achou e aí deu mais algum problema, aí eu falei: "Olha só, eu vim correndo para NY fazer um curso que NINGUÉM me avisou que tinha sido cancelado, eu descobri por sorte, me mandam um e-mail pra dizer que eu tinha que ligar para vocês. Como assim? Vocês que tinham que me ligar!" Aí ela: "Senhora, a mulher que trabalha com isso é surda e não pode falar no telefone". =0. Mas como eu tava embuída do espírito da impaciência: "Ah, mas eu não acredito que não há ninguém nessa instituição que seja capaz de ouvir e ligar para os alunos!". Enfim, a gente continuou discutindo... e isso já me aconteceu diversas vezes com atendimentos pelo telefone.. não é que nem aquele pessoal da NET, Oi, Globo, que quando nos irritam a gente xinga a vontade que eles não falam nada. A mulher ficava: "Eu estou tentando te ajudar, mas estou me sentindo atacada!!!" Começou a fazer um drama imenso. E depois a ME atacar! Enfim, espero nunca mais querer fazer outro curso na School of Visual Arts.

- Pedi uma pizza outro dia. Eram 3 horas da manhã e aqui os deliverys de pizza vão até às 5h. As duas grandes pizzarias aqui são a Domino's e a Pappa Johnes. Como a segunda não tem no Brasil, liguei pra lá para experimentar. Vi no site alguns sabores, alguns preços, mas sabe, queria discutir minhas opções com o cara que me atendeu. Pois bem, escolhido o sabor e o tamanho, ele falou: U$12 pela pizza pequena. Sendo que eu vi no site bem grande: Qualquer pizza grande U$10. Falei pra ele: "olha, mas aqui tá dizendo que a pizza grande é R$10." Aí ele: "não, não é." Aí eu: "Tem certeza?" Ele: "Olha, você vai querer ou não?" Como eu estava faminta e não queria de fato uma pizza grande, resolvi não discutir por U$2. Agora sério, qual é a pressa que ele estava que não podia atender bem um cliente às 3h da manhã??! Da próxima vez eu chamo a Domino's.

- Finalmente, ontem. Fui a Starbucks, que estava uma fila imensa e a mulher do caixa claramente estressada. Aí eu, com a minha cara de brasileira simpática e compreensiva: "Oi, eu queria por favor um café pequeno com bastante espaço para o leite." Ela certamente pouco se importou com a minha observação e encheu meu café até a boca. Aí eu abri a tampinha e falei: "Eu pedi bastante espaço para o leite". Eu não acreditei, mas ela olhou pra mim, pegou meu café e derramou quase TUDO, deixando, sem exagero, 2 dedos de café no copo. "Tá bom assim?". Eu não sabia se eu ria ou chorava... falei com muita paciência: "Hum... não, agora foi demais." Ela encheu de novo derramando café por toda parte e amaldiçoando todas as gerações da minha família. Logo eu, que falei tão bem da Starbucks outro dia!

Muito mais coisa já aconteceu comigo aqui, são essas pequenas coisas que fazem a gente querer chegar em casa do fim do dia, abraçar o ursinho e ligar pra mãe. Mas agora eu já me acostumei e acho até que minha educação, na qual meus pais investiram tanto, está se esvaíndo com o tempo. Outro dia fui pegar o elevador aqui e tinha uma mulher dentro, que viu que eu tava chegando, mas a porta começou a chegar mesmo assim. Eu berrei (porque ela tava no telefone): "SUCH A NICE PERSON!" Quando ela virou pra mim e falou: "Eu estava tentando abrir a porta para você."Ops.

No dia que eu tava saindo do prédio pra ambulância de cadeira de rodas, acompanhada de dois para-médicos e a diretora do prédio, o segurança abriu a porta pra mim. Se não fosse a minha dor eu bem devia ter gritado: "AGORA você abre né!"

As pessoas aqui seguem a filosofia "by the book": fazem tudo que teoricamente elas têm que fazer - e só. Totalmente diferente dos brasileiros! Por exemplo, se você for em lojas aqui como a American Eagle, as vendedoras vão se tornar suas amigas de infância em 5 minutos. Elas literalmente param para conversar com você com aquele jeito: "OMG (Oh my God)! Eu comprei essa camisola (que eu estava segurando), e sabia que você pode usar pra sair a noite?!" Daqui a pouco ela volta com leggings e um colar: "Fica maravilhoso! De onde você é?!" E assim começa uma linda, verdadeira e duradoura amizade. Aí no fim ela fala: "Se perguntarem se alguém te ajudou, já sabe né?" Nas lojas aqui, te perguntam no caixa se algum vendedor te ajudou, por isso eles são tão "simpáticos", porque devem ganhar mais conforme os clientes vão dando os nomes deles no caixa!

A mesma coisa nos restaurantes. A garçonete vem com um sorriso de orelha a orelha e toda resposta é : "Sure!" "Absolutely!", quando ela vira, dá pra perceber a cara dela fechando. Uma sinceridade só! Pra quê? Gorjeta! Ou seja, existem sim pessoas simpáticas... é só pagar!

É por isso que, depois de já ter feito meu estoque de produtos "I Love NY", meu próximo objeto de desejo é:


segunda-feira, 22 de março de 2010

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Lá naquele Beco...


Eu não sou muito de ficar procurando lugares brasileiros quando estou fora do país. Quer dizer, se alguém me chamar ou eu passar por um e parecer atraente como qualquer outro restaurante (porque loja não dá né? Aqueles biquinis de exportação são um abuso da estética) tudo certo, vamos experimentar. Até não me recordo de nenhuma experiência recente que tenha tido. Ah, mas soube por uma amiga que, caso você esteja disposto a investir na manicure, o ideal é ir a uma brasileira. Qual a diferença? Pra mim os salões americanos são muito mais convidativos - além do que o que eu mais vejo aqui é salão só de manicure/pedicure, não tem cabeleireiro (onde eu moro custa de $20 a $35 pé + mão). Eles têm aquelas cadeiras acolchoadas, mesas espaçosas, profissionais uniformizadas, vitrines de esmaltes de todas as cores! Maaas, na hora de pintar a unha, as manicures americanas pintam apenas a unha! Há! Deu pra entender? Ok, homens não vão captar a mensagem, mas sabe quando fazemos as unhas e elas pintam a unha e um poquinho do dedo para garantir "cobertura total"? Aí depois, passam o palito, algodão e acetona para retirar o excesso e Voilá! Unhas lindas e duradouras. Aqui, elas adotam a lei do menor esforço: pintam só o necessário, sem chegar ao dedo para não precisar limpar depois. Resultado: Unhas com bordinhas não pintadas (o que por si só já fica estranho) e que duram muito menos.

Ok, isso não tem nada a ver com o tema desse post, uma vez que eu vim aqui hoje para falar de um lugar específico. Mas fazia parte do fio da meada!

Bom, anteontem à noite fui ao Brooklyn com uns amigos e fomos a dois bares: em um demos só uma passada pois um dos nossos amigos trabalhava lá e só saía às 1:30am. E era um bar brasileiro, chamado Beco. Bebemos uma batida de coco caprichadíssima preparada por ele e comemos pão de queijo! Huuum! E surpresa: eu nunca comi um pão de queijo tão bom na minha vida! Bom, depois de um tempo fomos para um outro bar chamado Metropolitan ali perto. No dia seguinte estávamos combinando de ir para um brunch em algum lugar o Rafa comentou que o Beco (ele que trabalha de barman lá) servia um brunch maravilhoso de 12:30h às 17h. Fechado!

Ontem, lá fomos nós rumo ao Brooklyn de novo. Nem é tão longe assim - breve explicação do caminho: Se você estiver em Manhattan vá até a Union Sq. na rua 14th (para mim são algumas estações downtown pelo 4, 5 ou 6, rapidinho) e de lá pegue o L que vai horizontalmente até o Brooklyn. Aí salte naestação mais próxima do seu destino (dã). Na volta o táxi deu +- $20 até beeem uptown de Manhattan (ou seja, mais longe do que quem vai para downtown ou midtown). Nada mal, né?

Chegamos ao Beco, agora com uma atmosfera totalmente diferente do que no dia anterior, onde era um bar intimista voltado para os drinques. A origem do Beco vem dos botecos tradicionais de São Paulo, mas eu realmente me senti no Rio (talvez porque eu não conheça SP direito)! O cardápio do brunch: Feijoada (que vem lindamente servida, farofa e molho em uns copinhos de "shot", arroz naquela forma de pote, e o feijão numa porção bem generosa em uma caneca - mas eu só tirei foto depois de misturar tudo!), Bife a Cavalo, Rabanada, Omelete (que vem com 3 opções de: presunto defumado, aspargos, palmito, queijo minas, queijo prato, tomate seco e tomates. Vem com batata rostie e salada verde) e Ovos - Benedict ou Florentine (ambos com molho holandês, o primeiro com presunto defumado e o segundo com espinafre. Também com batata rostie e salada verde). E... Açaí com Granola!


É bem verdade que o preço da feijoada é um pouco salgado: U$17,95. Mas vem com um drinque (à sua escolha) e um café (latte, com leite, etc). E também tem as opções de acompanhamento: linguiça, bacon, muffin Inglês, batata rostie (que eles chamam de potato pancake, mas eu vi e acho que é rostie!), salada de frutas e leite + granola.

Esses são os especiais do brunch, mas tem várias outras opções, como o tão famoso Prato Feito! Que se você falar com um sotaque americano até parece alguma coisa sofisticada. ;) Você escolhe 4 opções entre: farofa, arroz branco, feijão (carioquinha), couve e abobrinha. Meio vegetariano, né? Bom... custa $9. Além disso tem Moqueca, Ravioli, Filet Mignon e sanduíches como Beirute, Bauru e Carioca (aquele com banana!).
As entradas, chamadas de "Abre Bocas" vão do maravilhoso pão de queijo caseiro (eles que produzem tudo) que custa $4 a porção de 6 (e no brunch ainda vem acompanhando de manteiga e goiabada), Caldo Verde, Berinjela, Cuscuz com salmão defumado, Linguiça portuguesa na cachaça, Salada da Roça e outros.

Sobremesas: Brigadeiro (U$1,50 cada bolotinha - eu não gosto, mas quem provou jura que é o melhor de NY), Pudim, e outras coisas que não lembro. Do outro lado do Menu está impressa uma bela variedade de bebidas: de drinques da casa, passando por Whisky, Cervejas importadas e Vinhos da América do Sul. A caipirinha custa U$8 e é uma delícia! Ontem o Rafa nos deu de brinde uma degustação: Goiaba, Abacaxi com hortelã, Caju e Maracujá. Isso depois de pão de queijo, feijoada, café, e o drinque que vinha com a comida (eu bebi um chamado Mimosa, champagne com suco de goibada). Hic, hic!

Bom, depois de eu ter descrito o cardápio inteiro - eu bem tentei editar, mas qual desses itens poderia ficar de fora? - devo dizer que uma grande parte do sucesso do bar está no ambiente. Para começar, a música. Eu já falei aqui que a trilha sonora de um lugar é fundamental para o bem estar desta cliente? Pois é. Me vi no primeiro Domingo da Primavera de NY sentada com amigos comendo feijoada e bebendo caipirinha ao som de Chico, Seu Jorge, Jorge Ben, Djavan, Vinícius, Tom... Durante a tarde toda! Nem tiveram que apelar para Ivete ou Cláudia Leitte (nada contra a Ivete).

Quando eu já estava prestes a pedir um emprego lá, vi o dono no bar conversando com a clientela - ele é americano, pasmei! Pra mim só um brasileiro conseguiria concentrar aquele clima. E olha que não tinha nenhuma foto de uma mulher semi-nua convidando para o turismo sexual. Mas tinha Pelé nos observando... E uma estante repleta de Guaraná Antarctica, Leite Moça, Sucos de goiaba e caju, creme de leite... Não que eu tenha achado algum motivo para não querer trabalhar depois disso, só me dei conta que eu não preciso trabalhar tão longe de casa. Mas foi por pouco!


Os dois barmen (tá certo?) são brasileiros, assim como boa parte da clientela. Eu só percebi isso depois de falar em bom e alto português que o cara que tava sentando no bar tava com a bunda suja e ainda por cima empinando-a, quando ele virou e me olhou com os olhos de fúria. Ops...

Lá tem um telão para jogos e afins, e a Copa promete bombar lá no Beco! Todos os jogos passarão lá, e ao longo do campeonato eles vão promover 'Bloc Partys', que são festas que tomam o quarteirão, com direito a mesas na calçada.


Só para não dizer que eu não falei nada de mal, devo ser imparcial: Não tem Coca-cola! Só Guaraná, que eu não gosto. Mas isso foi facilmente resolvido dando uma escapada para a lojinha ao lado e comprando uma garrafa da bebida proibida.

Depois de lá, uma passeadinha por Williamsburg, o bairro boêmio do Brooklyn (obviamente venho falar dele depois) que abriga o Beco (que abriu em Maio de 2009, esqueci de falar). Entra aqui para saber mais. Maravilha, maravilha!


Beco: 45 Richardson St, Brooklyn NY 11211 / Tel: 718-599-1645

Seg - Sex: 7am - 2am / Sáb: 10am - 2am / Dom: 10am - 11pm

sexta-feira, 19 de março de 2010

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Viva St. Patrick!


Anteontem a cidade estava tão... Verde!

St. Patricks Day, haja comemoração! Como acontece todos os anos (todos mesmo - desde 1762! Wow!), a St. Patrick's Day Parade atrai milhares de pessoas para a 5a Avenida para ver as bandas (e cavalos, e soldados, e crianças, e velhos, e de um tudo!) passarem. Eu não sabia, mas é a maior parada do mundo! E como tudo que maior, melhor, menor, pior, ou qualquer característica que envolva "do mundo", óbvio que eu tinha que ir (por isso adoro a Macy's). Como atualmente eu tenho tido uma vida muito desregrada (não confunda com relaxada, pai!) não consigo acordar antes das 13h, e a parada começava às 11h. Foi uma luta. Até que uns caras da segurança esmurraram (bateram seria muito delicado para o que eles fizeram) a minha porta pra checar alguma coisa no meu quarto, acho que o detector de fumaça, sei lá, eu ainda tava de olho fechado. Enfim, tive que acordar. Mas como é um processo lento, fiquei acompanhando na NBC pra saber o que me esperava. Essas coberturas daqui são super completas, mandam 50 repórteres, todos vestidos a caráter e acompanham do início ao fim.
Bom, acordei a Gaby (minha companhia turística) e fomos. Coloquei a única blusa verde que trouxe e saí a procura de uma Guinnes pra me tornar uma legítima irlandesa (ahan...).


O melhor de ter acordado tão tarde (+- 12:30) é que - já que Karen não vai à parada, a parada vem até Karen! Ela começou na 44th, e pelas minhas contas de frequentadora de blocos de carnaval no Rio, com uma hora e meia ela ainda estaria na altura da 60th, sei lá (porque no Brasil quando tem essas coisas, a atração tem muitos obstáculos para seguir seu curso - o típico atraso de horas, os mortos e feridos no caminho, problemas com o caminho, polícia, essas coisas). Bom, pela TV vi que já estava quase na 80th (e eu na 92nd). Mais lazy impossível.

Assim que começamos a andar na rua, não tinha como não perceber que era St. Patrick's Day - tudo verde! As lojas, com trevinhos e outros símbolos irlandeses, as pessoas berrando "Happy St. Patrick's day!", e muita gente (e animais) vestida de verde e com acessórios da mesma cor.


Quando chegamos à 5a Avenida achei que fôssemos ter que nos expremer, socar umas pessoas, empurrar uns gordos... mas nada disso. Gente civilizada é outra coisa né, tô boba. Parece até a torcida do Fluminense (Foi uma experiência singular ir ao Maracanã do outro lado do estádio - os torcedores até podem levar pertences. E o mosaico?! Mas o que importa não é isso, avante Mengão!) Estava lotado, mas cada um ficava no seu lugar, parecia a parada do Magic Kingdom na Disney.
Do nada eu vejo uma fila imensa - para o banheiro químico! Aqui é proibido fazer xixi na rua e as pessoas realmente usam o banheiro. Ponto para eles! Ah, também é proibido beber álcool na rua (a não ser que esteja dentro de uma sacola de papel pardo - como se ninguém soubesse o que tem lá dentro, han) - [P.S.] inclusive neste mesmo dia, saí da festa que eu fui à noite com uma cerveja na mão, daqui a pouco vem o segurança, que surgiu DO NADA e em uma fração de segundo ele arranca a cerveja da minha mão e sai correndo pra dentro da boate! Eu fiquei muito tempo parada pensando o que tinha acontecido (ainda com a mão curvada como se estivesse segurando a garrafa)... você pode até ser preso se for pego bebendo e/ou urinando na rua. Imagina!!! [fim do P.S.]

Ok, ok, legal... parada, trevos, ruivos, sardas, Irlanda, Guinness... mas alguém me explica afinal o que é o St. Patrick's day?
"This annual parade has been held for the past 248 years in honor of the Patron Saint of Ireland and the Archdiocese of New York. The Parade is reviewed from the steps of Saint Patrick's Cathedral by His Eminence Cardinal Edward Eagan, Archbishop of New York in the same manner as the Archbishop of New York did in the early days of the Parade at the Old St. Patrick's Cathedral in Lower Manhattan when the Parade was held in Lower Manhattan before the new St Patrick’s was built on Fifth Avenue." disponível aqui
Bom... ahm... é... não entendi e continuo sem entender. Eu até ia tentar traduzir, mas isso vai além da minha capacidade e conhecimento da cultura irlandesa (e do inglês que isso envolve). O que eu entendi é que o St. Patrick é um santo irlandês () que tem o seu próprio feriado (ah se todos os santos do Brasil também fossem importantes assim... eu voto!), e que simboliza a celebração da cultura irlandesa em geral.

A parada

Agora que já deu pra ter uma ideia do que se passa em volta, faltou dizer o que realmente acontece entre os cordões e grades. Quem passa por lá: a "Infantaria Irlandesa" lidera o caminho, seguida pelas várias sociedades irlandesas da cidade, e escolas, universidades, sociedades do idioma irlandês e sociedades nacionalistas. Enfim, todo mundo que oficialmente se conecta com a cultura do país, se organiza (e como) para fazer bonito no dia 17. Do nada tinha umas pessoas avulsas (Roberts) que passavam por lá dando tchau - agora já entendi de onde vinham.






Voltando à esbórnia...
Ninguém fica de fora! Você não precisa ser ruivo, ter sardas, ter nascido na Irlanda ou perto dela para celebrar o St. Patrick's Day bem caracterizado! Como diz no site "On this day, everyone is Irish on the Big Apple!" Eu, como gosto de me fantasiar de qualquer coisa a qualquer momento (meu filho só vai sair de casa fantasiado, até ele poder me xingar) adquiri um colar bem brega e um arco verde - uma mulher até quis tirar foto da gente na rua!






Bom, a parada acabou por volta das 16h, e depois a comemoração migra para os Irish Pubs da cidade. Infelizmente não acompanhei o ritmo da celebração e acabei numa festa underground nada St. Patrickiana (da qual saí segurando a cerveja). Mas quando eu estava saindo de casa, tinha um monte de gente voltando (brasileiro sai na hora que todo mundo volta, ai que atraso!) com "Curti o St. Patrick's Day com muita cerveja verde e agora vou pra casa vomitar" estampado na testa!



Ah, antes disso passei no Magnolia (já falei desse lugar???) e - guess what - Irish Cupcakes! E, em nome da pesquisa...




Só mais um P.S.: Nada a ver com o post, mas preciso comentar que estou ouvindo Mamonas Assassinas e gente, nada nunca chegará aos pés da poesias deles: "A luz anal do vagalume que ilumina o meu sofrer" ou "Como um modess você me trocou". RIP Mamonas...

quarta-feira, 17 de março de 2010

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Terça no parque

Hoje eu descobri meu lugar preferido na cidade até então!

Ainda bem, porque até ontem era o Magnolia - loja de cupcakes. E isso é muito embarassing, que balofa. Inclusive devo falar desse magnífico centro dos prazeres em breve. E não, não é falta de lugar interessante, mas eu realmente gosto de cupcakes.

Bom, o meu novo lugar preferido de todos os tempos da última semana fica no Central Park. É esse aí -> Eu não sei bem o nome, o que é, e nem direito onde fica (espero consguir achar de novo algum dia).

O tempo melhorou - depois de uma tempestade aterrorizante que deixou boa parte de New Jersey debaixo d'água. Hoje fez aproximadamente 15 graus e muito sol! É tão bom quando o dia está assim, ainda mais pra quem está a meses no freezer. Bom, a primavera está aí (sábado o relógio aqui avançou uma hora, ou seja, agora aqui está uma hora a menos que o Brasil), mas isso não quer dizer que daqui pra frente tudo serão flores, é uma fase de transição - muita calma!

Enfim, fui passear no Central Park para comemorar o dia. Já tinha ido lá uma vez (nesta vez que estou aqui), mas estava tão frio que meus pés estavam prestes a congelar, e pra sair de lá tem que dar um pique! É imenso!!! Fiquei com medo... bom, mas tava super legal porque com neve rola muitas atrações. Cada criança aqui tem o seu "ski" guardado em casa esperando o dia que nevar para elas ficarem se chafurdando na neve, para o terror das babás. Além disso eles fazem lugares para quem quiser aprender a esquiar, bem pra iniciantes mesmo. E no dia que eu fui tava tendo uma competição "freestyle" - cada um levava o que quisesse para esquiar, eu não sei o nome daquelas coisas, mas era muuuito legal. E tinha música alta, televisão, barraquinhas... E isso com um frio de rachar!

Ou seja, o parque é um lugar pra ser aproveitado em todas as épocas do ano e por todas as faixas etárias. Não vou me aprofundar muito falando dos lugares turísticos que tem lá, porque isso já é bem manjado. Mas, para quem não sabe, uma breve apresentação:

  • Strawberry Fields - Depois que o John Lennon morreu, a Yoko Ono mandou restaurar a parte do parque que ficava em frente ao apartamento deles, como um tributo. Lá tem um mosaico com "Imagine" escrito, onde as pessoas deixam flores.
  • Falando na morte do John Lennon, o prédio onde ele morava também é um ponto turístico, o The Dakota. A Yoko ainda mora lá e várias pessoas famosas também já moraram, como Judy Garland e Boris Karloff (cujo fantasma dizem permanecer por lá, ui) - o ator que fez o Frankestein! E lá foi filmado o filme "Rosemary's baby". Um lugar suuuper tranquilo, né? Socorro! Fica no Upper West Side e é um dos prédios mais luxuosos da área.
  • Alice in Wonderland - As crianças se divertem na escultura de bronze que tem da Alice e os outros personagens do filme (Chapeleiro, Gato e Rato). São eles e uns cogumelos, onde (se você for pequeno) dá pra escorregar.
  • Central Park Wildlife Center - Mini zoológico com três zonas climáticas (trópicos, calota polar e a costa da Califórnia). Eu ainda não estive lá, mas tem até urso polar!
  • Wollman Rink - O que não falta em NY no inverno é lugar para patinar no gelo. Mas esse rinque (tá certo?) tem uma vista privilegiada. E não é tão caro quanto o (minúsculo) do Rockerfeller Center.
  • Museus - Em volta do parque tem muitas opções culturais, dentre elas os famosos museus Metropolitan, Guggenheim, American Museum of Natural History, além de uns menores como o Design Museum.
Bom, tem foto e mais informações disso tudo de sobra na internet para quem quiser pesquisar.

Onde?

O Central Park fica entre os Upper West e Upper East Sides. As ruas que o rodeiam são: Central Park North, Central Park South, Central Park West e a 5a Avenida, conhecida como a Museum Mile (onde tem o MET e o Guggenheim). Bom, mas isso não quer dizer nada né, grande coisa as ruas todas a volta terem o nome do parque - pra localizar no mapa é que complica. Ele vai da 59th até a 110th (respectivamente as CP South e North). Aqui tem um mapa.

Bom, o que mais me chamou a atenção lá hoje foram as pessoas. Eu gosto muito de observar o que os outros estão fazendo, onde, porque e com quem! Bem fuxiqueira. Me surpreendi que em uma (linda) terça-feira à tarde muitas pessoas lotavam o Central Park. Ninguém trabalha?! Ou todo mundo resolveu mandar o golpe da galinha morta no trabalho só porque fez sol... enfim, seja qual for o motivo, achei válido. Nada se compara a "uma tarde no parque". No meio de uma cidade tão poluída (em todos os sentidos), andar naquela natureza é uma sensação inigualável. E olha que eu nem sou daquelas fãs de "sombra e água fresca", gosto mesmo é de barulho.
Eu percebi que as pessoas vão para lá pelos mais variados motivos. Muitas crianças, claro. Jovens, esportistas, casais, idosos (os últimos 5 que não conseguiram ir para a Flórida), cachorros, esquilos e patos!

O que essas pessoas estão fazendo?
(se quiser ver maior é só clicar em cima)

Namorando,


andando de skate,


brincando,


jogando um jogo,


remando,


dormindo,


fazendo piquenique,


descansando,


trabalhando,


andando de bicicleta,

se escondendo,


contando / ouvindo histórias,


voltando da escola,


conhecendo,


tirando fotos,


sonhando...


Se eu fosse você dava uma passada lá.
















pS: Também tinha um pessoal fumando maconha, mas achei impróprio fotografar!

domingo, 14 de março de 2010

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Com o pé na cova

Estava com dor de barriga e liguei para o 911.

Resumindo, foi realmente mais ou menos assim!

Anteontem acordei às 11h (só acontecendo alguma coisa pra eu acordar tão cedo) com uma dor incrííível na barriga - dor NA barriga, não DE barriga. Capicce?
Primeiro, deixa eu explicar: aqui em NY estou hospedada tipo em uma residência para estudantes e jovens profissionais. E aqui eu fiz uma amiga, argentina! Só que bem nesse dia, a Gaby (é Gábi e não Gabí), estava em um hotel com o namorado dela. E eu não conheço mais ninguém aqui!
Aí eu pensei... devem ser gases (oh céus, nem sei quem lê esse blog, mas tenho que ser fiel aos fatos). Liguei pra CVS tentando fazer uma voz normal (estava quase chorando de dor!) e tentei explicar minha situação e obter uma opinião da mulher da farmácia, pra que ela me mandasse um remédio. Prestativa, ela só disse: Listen, if you are in pain I can't help you. Call 911.
Eu, que já estava me desesperando, fiquei mais desesperada ainda. Ah, isso porque eu tentei levantar para ir ao banheiro e não consegui chegar à porta do quarto de tanta dor. E conforme eu me mexia, a dor piorava.
Bom, liguei pra Gaby e ela vaio correndo de onde estava. Trouxe remédio de gases pra mim, tomei e nada aconteceu (viu gente, não eram gases!). Aí que começou o circo. Neste mesmo momento a mulher que fica no escritório daqui estava passando no corredor. Em 20 minutos já tinha 4 pessoas no meu quarto e eu não conseguia me mexer e nem explicar o que eu estava sentindo. Aí veio um paramédico daqui, me examinou e disse que eu tinha que ir para o hospital. Tudo o que eu não queria fazer era ligar para o nine-one-one, vocês entendem né? A gente ouve esse número desde sempre nos filmes como: Olha, estou prestes a morrer, tem dez pessoas armadas e um zumbi atrás de mim, venham logo!
Mas, não deu outra. Eu não tinha como me levantar, e aí chegou a ambulância. Que vergonha! Uma mulher e um homem do NY Fire Department, todos equipados, chegaram em uns 3 minutos. E eu com dor de barriga. Que situação...
Bom, lá fui para o hospital, depois de responder mil perguntas. Desci numa cadeira de rodas, sofrendo horrores por estar sentada. Nem preciso dizer que eu fui a sensação do prédio né? Aí entramos na ambulância (a Gaby foi comigo). Metade de mim era a dor e a outra metade era o nervosismo de estar nessa situação (e ainda tinha umas duas outras metades sentindo vergonha e achando graça).

Dentro da ambulância eu pedi pra deitar, porque eu sentia menos dor assim. Fui pra maca. Quando chegamos ao hospital (sem sirene, super desmerecendo meu sofrimento) me tiraram da ambulância de maca e ficamos na porta tentando entrar. E estava chovendo. Que situação II... Eles não tinham o código, sei lá!
O cara da ambulância disse que a média de espera por um médico na emergência nos EUA é de 3,5h! Aí eu já estava feliz da vida né. Entramos num quarto, e a enfermeira pediu pra eu trocar de roupa e por aquela camisola indecente do Jack Nicholson e dar amostra de urina (de novo, não sei quem lê esse blog), 1 minuto depois de tentar tirar a minha roupa eu já estava literalmente berrando com ela falando: Eu não consigo, preciso deitar!!!! Está doendo!!! Doía só de ficar em pé, e muito! Voltei pro quarto e a Gaby disse que eu estava mega branca - e pra alguém perceber isso na minha imensa braquidão é porque a palidez estava forte.
Depois a Gaby foi embora e meu pai (monitorando tudo de longe) chamou o afilhado dele que mora aqui pra ficar no hospital comigo! Olha o trabalho!
Enfim, vou resumir o resto: fiquei dá de 3pm às 1am, chorei fortemente por 1/3 da minha estadia. Gritei com todas as pessoas que trabalhavam lá, encarnei a Maria do Bairro (dá-lhe Thalia) e ficava: "The nurse never comes! She already knows I'm in pain but she doesn't careeeee!". Porque eles faziam tudo com muuuuita calma e eu queria morrer! Tudo era uma espera de 1,5h, pra fazer o cat scan, ultrasonografia, tirar sangue, me medicar... e só foi aparecer uma médica às 21h, me explicando a situação ("we don't know what you have... but we know what you DON'T have" ahan, thanks) e dizendo que o enfermeiro ia tomar conta de mim (neste ponto eu e ele já éramos inimigos mortais). Deu um minuto ela passa de novo por mim super pronta pra ir pra night - fiquei ótima sabendo que a única médica que me atendeu só deu o ar da graça e beijinho, beijinho, tchau, tchau!
Aí pela 3a vez que eu tomei morfina (fiquei highhhh) e outros remédios que entravam pelo lugar do soro eu dormi um pouco do lado de um velho que roncava mais alto do que as caixas de som do castelo das pedras (sim, eu já fui). Talvez devia ser por isso que ele estava lá, ronco alto. E acordei com uma bêbada que chegou lá dizendo: "Eu sou alcóolatra e vim aqui pra dormir. Quando eu acordar, vou pra casa." Dali a 5 minutos levanta ela: "Pronto, tô indo embora". Aí a equipe toda do hospital se reuniu e ficavam: "Chamem a segurança!". E ela berrando: "Eu vim porque eu quiiiiiiis, vou embora quando quiserrrrr!". Eis que chegou um médico muito impaciente, provavelmente já acostumado com essas loucuras e falou que o hospital não era hotel e que ela ia embora só quando fosse liberada. Aí ela deitou e dormiu de novo.
Bom, cheguei ao hospital achando que o Mc Dreamy ia cuidar de mim, com auxílio do Mc Steamy... mas realmente não foi assim. Meu pai estava quase viajando para ficar comigo, mas aí eu fiquei bem. Ninguém sabe como nem porque, mas aqui estou eu, viva e rindo da situação.
Daqui a pouco chegam AS contas do hospital. Cada exame, cada remédio e cada médico cobram um valor. Legal, né??? Eu tenho seguro, mas vamos ver quanto sai isso tudo no final!
Nas fotos eu tô sorrindo, é aquela parte minha que achava graça e pedia: Gaby, we need pictures!

quarta-feira, 10 de março de 2010

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Um cafezinho, por favor

"Never be without great coffee".

De onde você acha que pode vir essa frase? Yeap! Starbucks.

Durante este tempo que estou aqui venho me perguntando, qual será o sucesso dessa imeeensa rede? Será mesmo só pelo "ótimo café"?
Bom, eu não sou nenhuma expert em café - amo o cheiro e tomo com leite - o que deve fazer de mim uma completa leiga provavelmente. Mas com essa vida de frio e muita besteira pra comer, o café tem sido um ótimo companheiro nas horas que eu quero devorar três cupcakes e um bagel cheio de manteiga! Então assim começa mais uma apaixonada pela Starbucks. [como se eles precisassem de mais um.]

Quando abriu uma Starbucks no Shopping Leblon, no Rio, eu logo pensei: eba! No momento eu só tomava o Frapuccino que vem na garrafinha de vidro... foi quando eu contente e alegre enfrentei a fila e vi que esta preciosidade não tinha sido importada! WTF?!

Depois dessa traumatizante experiência percebi que peguei ódio daquela filial. Na verdade isso foi só o pontapé inicial, mas o que realmente me revoltou foram os preços ridiculamente exorbitantes! Eu não me lembro direito, e se alguém frequenta pode me dizer.. Mas sei que o bolinho de chocolate (acho que nem um cupcake legítimo é) custa R$7. O café uns R$5. Pô! E o pior de tudo é que existe uma fila imensa em um país que o que não falta é um bom e barato cafezinho (mesmo no Shopping Leblon!).

Ai eu vim pra cá e fiquei pensando.. a Starbucks aqui também é mais cara que as outras opções (tipo Dunkin Donuts), que palhaçada... É só pras pessoas andarem com o copinho branco com o logo da sereia verde e viver o Starbucks Way of Life.
Eis que eu comecei a perceber que há um, ou melhor, vários bons motivos para o sucesso da loja. Então sejamos justos!
Recapitulando: A Starbucks abriu sua primeira loja em Seattle, Washington em 1971 e a loja vendia cafés, chás e temperos (como escrito ao lado). Hoje existem mais de 15.000 lojas em 50 países (o Brasil deve ter sido o último, putz, quanta demora!). Antigamente a sereia do logo tinha os peitos de fora (além de ser mais uma baleia do que sereia)!!! Mas numa estratégia de marketing (muito sábia), deram uma modernizada no cabelo, um close-up e taparam pra tornar a moça mais... de família. Quem quiser saber mais sobre a história do logo tem um artigo legal aqui.



Minha teoria sobre o sucesso da Starbucks
  • Onde você olha tem... uma Starbucks!
Estou escrevendo com base em NY. Que eu creio que seja a cidade mais povoada de Starbucks do mundo. Mais do que Mc Donalds e Estácio de Sá no Rio, juntos, tem Starbucks em NY. Mas é pato! Saiu de casa e, oh! Olha uma lá! Perto de onde moro (92nd), tem pelo menos três para downtown: uma na 92nd, uma na 85th e 87th. Isso porque foi só até lá que andei, aposto que tem outra na 83rd! E lógico, por todo lugar, em todas as vizinhanças, você nunca vai passar mais do que 5 minutos procurando por uma.
O comediante Lewis Black tem uma teoria bem interessante sobre o 'fim do universo' baseada na quantidade de Starbucks pelas ruas. Assistam e prestem atenção porque é muito engraçado! (Créditos pra Isa, que me informou!)


  • Menu
O carro-chefe da loja é obviamente... o café. Além disso, há opções da bebida gelada (os famosos frapuccinos), acompanhada de chocolate, baunilha... ou outras combinações bem calóricas. Também tem smoothies (banana, morango, chocolate), chás (tem até o chai, are baba!). No balcão, antes do caixa, há outras opções: sucos, achocolatados e água.


O que, infelizmente, mais me atrai pra dentro de uma, além do café, são as comidinhas. Os sanduíches (queijo e presunto, galinha, tomate e manjericão) de lá, chamados Paninis, já fizeram meu almoço diversas vezes. São meio caros, por volta de U$5, mas tostados são uma delícia! Também tem bagels, pratinhos de frutas, sanduíches naturais e queijos. Mas o que me chama mais a atenção são os doces! Aii que fome só de lembrar. Iced lemon cake, cupcakes (chocolate, baunilha e red velvet, meu amante), vanilla scones e diversos outras opções descaradas de bolos e tortas preenchem a estufa que te agarra quando você tá na fila preparado pra comprar um cafezinho. É realmente uma tortura! E o melhor, é tudo realmente bem feito. O Dunkin Donuts tem bom café e chocolate quente, mas as comidas são meio nojentas. Bagels e donuts de anteontem, todos grudados e maltratados. Ah não, quero meu cupcake fresquinho da Starbucks!

  • Trilha sonora
Coffe and Music - two things a good day requires. É isso que diz no balcão onde ficam dispostos os CDs para venda aqui.
Eu não sei se é porque sou muito ligada à música, mas esse é um quesito na loja que realmente me chama a atenção. Qualquer loja de você entre, a qualquer hora, pode ouvir que a música é boa. E sempre tem uma tela mostrando os créditos da música. Neste momento está tocando Miles Davis, depois de Ella Fitzgerald - uma bela seleção musical, hein?
A Starbucks fez uma parceria com o Itunes que permitia ao cliente da loja fazer o download de uma música por semana de graça (era o 'Pick of the week'). Como os tempos mudaram, agora tem que pagar pelo dowload, mas você tem direito a se conectar gratuitamente ao Itunes, já que não há wi-fi for free.
O que me leva a um outro aspecto...

  • Casa da mãe Joana
O ambiente para mim é a principal razão da casa viver cheia. É um lugar democrático onde pessoas dividem as mesas, vêm em grupo para bater um papo, ou sozinhas acompanhadas de seu lap top. É muito comum ver diversas pessoas super concentradas em seus afazeres. Elas montam um mini-escritório, com computadores, livros, agendas e celulares. Biblioteca pra quê?
Você deve estar se perguntando sobe a internet sem fio ( e se não estiver eu vou te contar mesmo assim). É o seguinte: existe um cartão fidelidade, que não custa nada. Tem de vários modelos (o meu é de umas pessoas passeando com um cachorro) - você põe dinheiro e vai gastando com compras aqui. O mínimo é de U$10.
Bom, o que você ganha tendo o cartão? Direto a leite de soja de graça na sua bebida (que seria U$0,50), uma bebida no seu aniversário e, voilá, acesso à internet. Mas você tem que se cadastrar no site da AT&T, pois é uma parceria entre os dois. Esse negócio de parceria é uma boa sacada.


E tem mais! Existe um aplicativo para o Iphone, que ele vira o seu cartão. E em algumas lojas, você já pode usá-lo para pagar a conta com o código de barra que ele mostra. Pelo telefone você também pode recarregar o cartão ou checar quanto ainda tem.

Todas as lojas (que eu vi) seguem um padrão: as paredes para a rua são totalmente de vidro. Não são janelas, o vidro vai até o chão, sacou? Assim dá a sensação de que você está no meio da rua, porém num ambiente mega aconchegante e livre do barulho e frio que faz lá fora.


  • Leve pra casa
Como toda boa marca ultra inserida no mercado capitalista vigente, a Starbucks não se limita somente ao espaço físico de suas (trilhões) de lojas. Em todas elas, há uma estante com uma boa oferta de produtos ligados principalemente ao café, como canecas, garrafas, potes, etc. Não seria um luxo tomar aquele café sem vergonha da sua casa numa canequinha pofissa? E, vou te dizer, as opções são intermináveis.

Além disso, eles têm os próprios produtos de grãos de café, divididos pelas regiões (América Latina, África, Ásia, etc). Eu não vou me aprofundar nesse quesito pois eu realmente não entendo muito de café. Tem uma coisa (acabei de ver uma mulher passando na rua com um carrinho para 6 crianças, 6!) bem legal, o Starbucks VIA Ready Brew, que são sachês de café, para serem preparados como chá. E andei pesquisando no site, existe o Starbucks Subscription Delivey Program - você recebe café todos os dias (ou com a frequencia que quiser) na sua casa!

E se você não estiver certo de qual sabor gosta mais, também tem a opção de "degustação" de chás e cafés que dura 3 meses. Bom né?
Existe ainda muita coisa a ser dita sobre a Starbucks, essa é só a minha visão geral. Cada detalhe, da decoração à consistência do bolo de limão faz a diferença. O site é uma ótima fonte para quem quiser se aprofundar. Mas o melhor mesmo é visitar uma, sentar e observar.

Ops, estão me chamando!

"A tall coffee with extra milk for Karen!"