segunda-feira, 22 de março de 2010

Lá naquele Beco...


Eu não sou muito de ficar procurando lugares brasileiros quando estou fora do país. Quer dizer, se alguém me chamar ou eu passar por um e parecer atraente como qualquer outro restaurante (porque loja não dá né? Aqueles biquinis de exportação são um abuso da estética) tudo certo, vamos experimentar. Até não me recordo de nenhuma experiência recente que tenha tido. Ah, mas soube por uma amiga que, caso você esteja disposto a investir na manicure, o ideal é ir a uma brasileira. Qual a diferença? Pra mim os salões americanos são muito mais convidativos - além do que o que eu mais vejo aqui é salão só de manicure/pedicure, não tem cabeleireiro (onde eu moro custa de $20 a $35 pé + mão). Eles têm aquelas cadeiras acolchoadas, mesas espaçosas, profissionais uniformizadas, vitrines de esmaltes de todas as cores! Maaas, na hora de pintar a unha, as manicures americanas pintam apenas a unha! Há! Deu pra entender? Ok, homens não vão captar a mensagem, mas sabe quando fazemos as unhas e elas pintam a unha e um poquinho do dedo para garantir "cobertura total"? Aí depois, passam o palito, algodão e acetona para retirar o excesso e Voilá! Unhas lindas e duradouras. Aqui, elas adotam a lei do menor esforço: pintam só o necessário, sem chegar ao dedo para não precisar limpar depois. Resultado: Unhas com bordinhas não pintadas (o que por si só já fica estranho) e que duram muito menos.

Ok, isso não tem nada a ver com o tema desse post, uma vez que eu vim aqui hoje para falar de um lugar específico. Mas fazia parte do fio da meada!

Bom, anteontem à noite fui ao Brooklyn com uns amigos e fomos a dois bares: em um demos só uma passada pois um dos nossos amigos trabalhava lá e só saía às 1:30am. E era um bar brasileiro, chamado Beco. Bebemos uma batida de coco caprichadíssima preparada por ele e comemos pão de queijo! Huuum! E surpresa: eu nunca comi um pão de queijo tão bom na minha vida! Bom, depois de um tempo fomos para um outro bar chamado Metropolitan ali perto. No dia seguinte estávamos combinando de ir para um brunch em algum lugar o Rafa comentou que o Beco (ele que trabalha de barman lá) servia um brunch maravilhoso de 12:30h às 17h. Fechado!

Ontem, lá fomos nós rumo ao Brooklyn de novo. Nem é tão longe assim - breve explicação do caminho: Se você estiver em Manhattan vá até a Union Sq. na rua 14th (para mim são algumas estações downtown pelo 4, 5 ou 6, rapidinho) e de lá pegue o L que vai horizontalmente até o Brooklyn. Aí salte naestação mais próxima do seu destino (dã). Na volta o táxi deu +- $20 até beeem uptown de Manhattan (ou seja, mais longe do que quem vai para downtown ou midtown). Nada mal, né?

Chegamos ao Beco, agora com uma atmosfera totalmente diferente do que no dia anterior, onde era um bar intimista voltado para os drinques. A origem do Beco vem dos botecos tradicionais de São Paulo, mas eu realmente me senti no Rio (talvez porque eu não conheça SP direito)! O cardápio do brunch: Feijoada (que vem lindamente servida, farofa e molho em uns copinhos de "shot", arroz naquela forma de pote, e o feijão numa porção bem generosa em uma caneca - mas eu só tirei foto depois de misturar tudo!), Bife a Cavalo, Rabanada, Omelete (que vem com 3 opções de: presunto defumado, aspargos, palmito, queijo minas, queijo prato, tomate seco e tomates. Vem com batata rostie e salada verde) e Ovos - Benedict ou Florentine (ambos com molho holandês, o primeiro com presunto defumado e o segundo com espinafre. Também com batata rostie e salada verde). E... Açaí com Granola!


É bem verdade que o preço da feijoada é um pouco salgado: U$17,95. Mas vem com um drinque (à sua escolha) e um café (latte, com leite, etc). E também tem as opções de acompanhamento: linguiça, bacon, muffin Inglês, batata rostie (que eles chamam de potato pancake, mas eu vi e acho que é rostie!), salada de frutas e leite + granola.

Esses são os especiais do brunch, mas tem várias outras opções, como o tão famoso Prato Feito! Que se você falar com um sotaque americano até parece alguma coisa sofisticada. ;) Você escolhe 4 opções entre: farofa, arroz branco, feijão (carioquinha), couve e abobrinha. Meio vegetariano, né? Bom... custa $9. Além disso tem Moqueca, Ravioli, Filet Mignon e sanduíches como Beirute, Bauru e Carioca (aquele com banana!).
As entradas, chamadas de "Abre Bocas" vão do maravilhoso pão de queijo caseiro (eles que produzem tudo) que custa $4 a porção de 6 (e no brunch ainda vem acompanhando de manteiga e goiabada), Caldo Verde, Berinjela, Cuscuz com salmão defumado, Linguiça portuguesa na cachaça, Salada da Roça e outros.

Sobremesas: Brigadeiro (U$1,50 cada bolotinha - eu não gosto, mas quem provou jura que é o melhor de NY), Pudim, e outras coisas que não lembro. Do outro lado do Menu está impressa uma bela variedade de bebidas: de drinques da casa, passando por Whisky, Cervejas importadas e Vinhos da América do Sul. A caipirinha custa U$8 e é uma delícia! Ontem o Rafa nos deu de brinde uma degustação: Goiaba, Abacaxi com hortelã, Caju e Maracujá. Isso depois de pão de queijo, feijoada, café, e o drinque que vinha com a comida (eu bebi um chamado Mimosa, champagne com suco de goibada). Hic, hic!

Bom, depois de eu ter descrito o cardápio inteiro - eu bem tentei editar, mas qual desses itens poderia ficar de fora? - devo dizer que uma grande parte do sucesso do bar está no ambiente. Para começar, a música. Eu já falei aqui que a trilha sonora de um lugar é fundamental para o bem estar desta cliente? Pois é. Me vi no primeiro Domingo da Primavera de NY sentada com amigos comendo feijoada e bebendo caipirinha ao som de Chico, Seu Jorge, Jorge Ben, Djavan, Vinícius, Tom... Durante a tarde toda! Nem tiveram que apelar para Ivete ou Cláudia Leitte (nada contra a Ivete).

Quando eu já estava prestes a pedir um emprego lá, vi o dono no bar conversando com a clientela - ele é americano, pasmei! Pra mim só um brasileiro conseguiria concentrar aquele clima. E olha que não tinha nenhuma foto de uma mulher semi-nua convidando para o turismo sexual. Mas tinha Pelé nos observando... E uma estante repleta de Guaraná Antarctica, Leite Moça, Sucos de goiaba e caju, creme de leite... Não que eu tenha achado algum motivo para não querer trabalhar depois disso, só me dei conta que eu não preciso trabalhar tão longe de casa. Mas foi por pouco!


Os dois barmen (tá certo?) são brasileiros, assim como boa parte da clientela. Eu só percebi isso depois de falar em bom e alto português que o cara que tava sentando no bar tava com a bunda suja e ainda por cima empinando-a, quando ele virou e me olhou com os olhos de fúria. Ops...

Lá tem um telão para jogos e afins, e a Copa promete bombar lá no Beco! Todos os jogos passarão lá, e ao longo do campeonato eles vão promover 'Bloc Partys', que são festas que tomam o quarteirão, com direito a mesas na calçada.


Só para não dizer que eu não falei nada de mal, devo ser imparcial: Não tem Coca-cola! Só Guaraná, que eu não gosto. Mas isso foi facilmente resolvido dando uma escapada para a lojinha ao lado e comprando uma garrafa da bebida proibida.

Depois de lá, uma passeadinha por Williamsburg, o bairro boêmio do Brooklyn (obviamente venho falar dele depois) que abriga o Beco (que abriu em Maio de 2009, esqueci de falar). Entra aqui para saber mais. Maravilha, maravilha!


Beco: 45 Richardson St, Brooklyn NY 11211 / Tel: 718-599-1645

Seg - Sex: 7am - 2am / Sáb: 10am - 2am / Dom: 10am - 11pm

2 comentários:

Anônimo disse...
22 de março de 2010 às 16:35  

Brasileiro é mesmo uma praga, tem em todo lugar!

E feijoada é uma das minhas comidas prediletas. Mas não adiante que nem em NY existe uma melhor que a da minha mãe. Ahh tá me dando até fome...

Unknown disse...
22 de março de 2010 às 17:43  

Karen, eu super entro aqui para ler e matar as saudades de vc...

eu não entrei aqui pra ver o ultimo e as pessoas serem civilizadas deixa tudo com um décimo da graça...

o legal é BEBER na rua... pra acralho ouvir muita musica alta e fazer aquela pobreza coletiva.

sim, eu sou muito brasileiro... hauahuah

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