domingo, 25 de abril de 2010

Pechinchando

Esse negócio de brechó virou a maior moda nos últimos tempos, né? Acho que no mundo todo, inclusive no Brasil. Eu sempre tive um pouco de preconceito - usar roupa de gente que eu não sei quem é? E para mim não existe isso de que só em brechó se acha peças de roupa vintage, isso tem em qualquer lugar - novinho, novinho. E bem caro também!
Para quem frequenta os da moda (se alguém quiser complementar com dicas, sinta-se à vontade), sabe muito bem que nem é tããão barato assim quanto se pode imaginar.
Virou até tão "cool" ter peças de brechó quanto das marcas super famosas. Principamente se o dito cujo for overseas (Renata usa calça da Osklen, óculos Gucci, bolsa que roubou do armário da avó, relógio H Stern e botas adquiridas em um brechó em Londres. Ponto pra Renata!). Eu sou muito implicante com essas coisas de moda, mas uma hora ou outra, acabo de rendendo e mordendo minha língua.

Assim como Raul, quero dizer agora o oposto do que disse antes!

Brechó é um barato! Você não tem a menor ideia de que marca é aquilo, se vai caber em você, se quem usou antes foi uma mulher que engordou muito e a roupa não cabe mais ou uma velha que resolveu, depois de muitos anos, vender suas roupas (são as minhas teorias preferidas). 7 entre cada 10 peças são pratos cheios para gargalhadas e viagens da imaginação.

Só fui a um brechó na vida, e isto foi na semana passada. Cool por cool, fui no brechó mais cool do bairro mais cool da cidade mais cool (Renata morreria de inveja): Beacon's Closet, no Brooklyn.


Eu já tinha muito ouvido falar, não sei se ele é famoso por aí, mas aqui em NY quanto você fala em brechó é o primeiro que as pessoas te indicam. Ele fica pertinho da Bedford, que é a Avenida.. humm, cool, de Williamsburg. Fui lá acompanhada da minha amiga mais perua e de um amigo que compartilhou da minha loucura de experimentar várias roupas só pensando em quantas doenças ou coisas do gênero poderíamos estar contraindo naqueles momentos. Mas pra quem anda de metrô, uma roupinha usada é balela!


Para mim o símbolo da loja me lembra o Marcelo Tas (ídolo da minha monografia), portanto não consigo aceitar que aquilo seja um bebê. As sacolas de plástico são rosa, e enfeitam as mãos de boa parte das pessoas que passeiam por aquela rua (a rua não tem nada, só uma loja que parece ser beeem legal pra quem curte skate, é logo ao lado). Assim como todos os lugares bacanas de NY, 50% da graça do local são os frequentadores. Infelizmente eu não tenho vocação para papparazo(a). É uma pena, tem tanta gente que eu queria mostrar!


Bom, chegando lá, a primeira coisa que você nota é: Nossa, quanta roupa! E aí vai vendo que está tudo perfeitamente organizado, nas araras redondas, por cores. Em cima de cada uma, uma circunferência de sapatos de diversos tamanhos (o chato é que não dá pra pedir maior/menor, né. tem que ter fé!) combinando com as roupas embaixo. O lado esquerdo é dedicado aos homens, que como já era de se prever, são menos agraciados com as bugigangas.


Mas, como reclamei acima, não achei super barato não, viu? Comprei dois vestidos por U$15 - tá, razoável, e deixei de levar uma blusa que custava U$18, achei um abuzinho. E sabe quando você se decide na beira do caixa e dá para o cara com a maior dor no coração falando: É, essa eu não vou levar... Aí ele coloca num bolo de roupas atrás dele, que você sabe que vão voltar para as araras e alguém vai arrematar a sua blusa e te fazer super arrependida (muher é fogo)? Pois é... Mas, para me deixar melhor, o vendedor jogou a blusa no chão e falou: Esse é o bolo de roupas que a gente manda queimar. Se você não tem, ninguém mais vai ter, não precisa se preocupar. Yeah! Atendimento: nota 10!


Falando em atendimento, foi estranho levar roupas para provar e a mulher não se dar por satisfeita com a minha palavra dizendo quantas peças eu levava. Eles põem nm cabide e vão abrindo peça por peça, olhando mesmo dentro dos vestidos e blusas para ver se você não está fazendo aquele ótimo negócio 2 por 1.

Deve ser complicado mesmo cuidar da segurança, as peças não têm alarme, é tudo meio solto. E vamos combinar, tem que ser muito espírito de porco pra ir roubar brechó. Mas acontece, reparem no aviso abaixo:

Falando em espírito de porco, uma das coisas mais divertidas de brechó são os 'achados' incríveis - nunca vá sozinho! Para quem você vai mostrar as peças mais inusitadas?


Além de roupas, o Beacon's Closet tem muito de tudo! Cintos, brincos, anéis, óculos e uma área reservada só para bolsas. Infelizmente, não achei minha Louis Vuitton ou Chanel por U$15 lá...
Também tem uma sessão de coisas não-usadas, uma mesa com objetos interessantes. Falando em usado, não achei que as peças lá estavam nem um pouco com cara de acabadas. É lógico, quanto mais 'vintage', mais velho era e dá para notar. Mas o resto, parece roupas que temos no armário e já usamos. E é muito provável que eles dêem uma boa desinfetada em tudo! Isso me leva ao processo de seleção das roupas. Você pode levar lá mesmo sua sacolinha de roupas usadas que quiser vender. O balcão de compra ou troca fica na parte masculina. E se você tive uma alma elevada, também tem uma prateleira de doações, que eu senti que não faz tanto sucesso, vide foto!



Para saber as regras de venda e troca clica aqui.
O Beacon's closet tem duas filiais em NY. Além desta de Williamsburg também tem em Park Slope (92 5th avenue - também no Brooklyn). Mesmo que você não seja adepto do "tudo que é meu, é seu", vale a pena dar uma passadinha para conhecer. É diversão na certa, principalmente se você for debochado como eu!

Beacon's Closet - 88 n 11th street, Brooklyn - 718.486.0816

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