terça-feira, 13 de abril de 2010

Washington - Parte 1

Tenho um problema.
Odeio turistas. Odeio turistas no Rio, enquanto eu tento pedalar pela Orla (neste verão atropelei uns 3 e berrei com 27). Odeio turistas em qualquer lugar! Mas o problema mesmo é que eu odeio turistas turistando enquanto eu quero turistar! Entende?

A grande ironia é que eu adoro ser turista - máquina na barriga, mapa da cidade, mapa do metrô, protetor solar (o mundo é cruel para com a minha tonalidade), agora com a modernidade (já citada há dois posts) GPS do telefone, bicicleta pra alugar, fotos a cada metro (inclusive aquelas toscas fingindo que está encostando na pontinha ou empurrando o ponto turístico).

Bom, deu pra sacar né? Ah, não, peraí. Quando cheguei a Washington a primeira coisa que fiz (depois de um almoço muito bom na própria Union Station) fui subir a bordo, de mala e cuia, naqueles ônibus vermelhos ridículos de dois andares que passeiam pela cidade com uma gravação pra cada ponto que a gente passa! Pronto, agora não dá pra ser mais ridiculamente turista.

Minto, dá sim:


Estou há mais de dois meses em NY, que fica a um pouco mais de 4 horas de Ônibus de D.C.. Meu irmão mora lá e até então estava com preguiça de ir. Já falei da minha amiga argentina Gaby né? Pois é, ela foi embora (buáááá) dia 6 e queria conhecer Washington antes de ir. Pronto! Lá fomos nós no último fim de semana dela aqui. Oh, céus, como haveria jeito de eu saber que esse era exatamente o fim de semana mais movimentado de todos os fins de semana mais movimentados de um lugar turístico na face da terra? Sim sim, é lindo e tal, mas esse tal de Cherry Blossom Festival veio na hora errada pra mim!

Bom, dois dias antes, marcamos o hotel (o mais barato! longe de tudo, no meio do nada, acho que a gente tava mais perto de NY do que de DC) e o ônibus.

Ps para viagens de ônibus

Pelo que vi, viajar de ônibus por aqui é muito fácil. Eu não sei quais são as rotas privilegiadas por esse transporte, mas tive uma experiência muito boa. Coloquei no Google: NY to DC, e adivinhem, me apareceu uma empresa que se chama: DC2NY! Perf (é minha nova gíria, com ênfase no F)! O ônibus mais famoso dessa rota é o Bolt Bus, mas não tinha mais vaga. A viagem custa de U$18 a U$20 a perna. Tranquilo, né? Também tem o trem, que eu pesquisei e vi uns preços exorbitantes - com certeza olhei errado porque todo mundo disse que é uns U$50. Enfim, tudo bem! O trem vai mais rápido, mas não achei longa a viagem de ônibus - que é sem paradas. E o melhor! Quem lê meu blog sabe, tem internet wireless no ônibus! O máximo. Todo mundo no ônibus com seus laptops (ligados no Facebook, 24/7 online, galera, não saudável, não saudável!).

Assim que chegamos, como já falei, pegamos aquele ônibus vermelho que garante um carimbo de turista no meio da testa da pessoa. U$35. Caro, né? Mas na hora pareceu uma boa ideia, porque o passe vale por 2 dias e é no estilo hop on/hop off, ou seja, você salta nos pontos que desejar e de meia em meia hora passa outro para você continuar a viagem. E como a cidade é pequena, acho que dá pra ver tudo usando o ônibus como transporte. Além de, como eu disse, gosto mesmo de ser turista, então é super legal as explicações do nosso guia virtual.

Porém, como já dito acima, a multidão de turistas empacava tudo o que era pra ser divertido - quando o ônibus chegava na estação que a gente queria subir, ele estava lotado e tínhamos que ir embaixo, onde nao dá pra ver direito! A graça é ficar lá em cima né. E também estava o maior engarrafamento pelas ruas da cidade, então o guia acabava de descrever e ficávamos mais uns 25 minutos parados no trânsito admirando o monumento. Aff!

Mas fora isso, amei a cidade. De fato o Cherry Blossom Festival é lindo. Vai do dia 27 de Março a 11 de Abril e é nacional. É o início da primavera e as árvores de flor de cereijeira ficam lindas, cheias e rosas! Elas povoam principalmente o espaço entre o National Mall e o U. S. Capitol, onde tem um gramado beeem extenso e as pessoas ficam lá deitadas, comendo, brincando, dormindo e admirando a beleza do lugar. As árvores de cereijeira foram doadas pelos japoneses em 1912 - 3000 delas! Curiosidade: Eles tentaram presentear com 2000 árvores em 1910, mas elas chegaram "bichadas" com alguma doença e tiveram que ser destruídas.

Washington é beeem organizado, limpo. Me parece que tudo funciona! Lógico né, o presidente passa por ali.. É também do tipo de cidade que você não precisa de muito conhecimento pra andar, é muito pequena. Tem a área dos monumentos, que dá pra ir andando de um pro outro, passando por todos os museus. Tem Dupont Circle, que tem como centro uma praça redonda (han.. circle!) com várias ruas bem bonitas a volta, com muitos restaurantes, cafés e bares. E tem Georgetown, que por algum mistério da natureza não tem metrô, o que dificulta tudo na vida de uma pessoa. Mas lá que é bom para quem quiser fazer compras, muitas lojas!


Incrível: ao contrário de NY, onde os museus custam os olhos da cara, em D.C. a maior parte é de graça! Costumo dizer que os museus 'sérios' são de graça, como o Museu do Holocausto, de História Americana, História Natural, Air and Space, os do Smithsonian, etc (cara, Washington só tem museu!). Também tem os mais 'descontraídos', que tem que pagar, tipo o Spy Museum, Newseum (museu de jornalismo que eu quero muito ir, viu Pedro!), Museu do Crime, essas coisas... Queria ir em todos, mas foi impossível pensar em enfrentar qualquer uma daquelas filas imensas e depois chegar ao museu e não conseguir parar para ler alguma coisa pois a massa de pessoas te empurrava. Foi o que aconteceu no único museu que fomos: o Holocaust Memorial Museum. Chegamos cedo, a fila nem estava imensa ainda. Conseguimos ingressos de uma moça que tinha sobrando (ainda não entendi, os ingressos são de graça, mas não sei onde você arruma). Mas não dava, como a Gaby disse, parecia que estávamos num show, sabe? De tanta gente!

Mas este museu é muito bom! Muito bem feito... Eu fico muito impressionada com esse assunto e já prometi a mim mesma que não vou ver mais filmes com este tema! Chega! Mas enfim, a Gaby queria muito ir e eu fiquei feliz que fomos. É o máximo, tem uniformes dos alemães nazistas e dos judeus presos nos campos, tem as camas usadas nos campos, fotos, depoimentos, vídeos... Cada andar representa uma época na história do Holocausto. É imenso e muito bem elaborado, vale a visita. Mas, seguindo a dica do Pedro, meu amigo especialista na cidade, visite por último, pois é o tipo de museu estraga-viagem - saí de lá chorando!!!
E devo admitir que não olhei tudo. Eu gosto de ficar 3 horas no museu lendo tudo. Mas era impossível com tanta gente! Além de um bando de criança. Ok, aqui fica a pergunta:

  • Por que levar crianças para Washington?! Não é um bom programa infantil, eu odiaria se fosse criança! Não tem nada pra brincar, só coisa séria! Alooou, a Disney é logo ali!
Tá, tudo em Washington me impressionou. Mas o metrô...! Caraca! Parece que você está em outro mundo. Devo admitir que achei uma bosta a linha em si. Estou acostumada com as 700 linhas de NY, onde você chega a qualquer lugar por debaixo da terra. Em D.C. é muito diferente, olha só:

Enfim, tirando isso, o metrô é demais! As estações são super limpas, e com um clima de primeiro mundo incrível. A luz é baixinha, e dentro dos carros, tem carpete e os bancos são acolchoados! Se tem gente que dorme voltando pra casa no metrô do Rio ou de NY, em D.C. pode já levar a roupa pro dia seguinte e curtir a madrugada de sono profundo.


Bom, depois do primeiro dia de turismo intenso, me separei da Gaby (que foi ao Lincoln Memorial e outras coisas do gênero) e eu fui encontrar com meu irmão em Dupont Circle, onde ficamos com os amigos dele sentados sem fazer nada durante horas, ele me levou para conhcer o Mr. Yogato, depois pedimos comida e fomos para a casa das amigas dele (moram 4 lá) e depois fui-me embora! Uma parte de mim ama turistar, mas eu gosto mesmo de conhecer um lugar vivendo a vida das pessoas que moram lá. Essa é a realidade. Porque mal ou bem se você só conhece os pontos turísticos, sai de lá tendo visto o que todo mundo vê em dois dias e não sabe o quando a vida lá é diferente (ou não) da sua. Filosofei, né? Espero que tenha dado para entender!


Bom, no mais, até foi legal ter conhecido (finalmente) os Obama. A Michelle é mesmo uma fofa e o Barack não pára de rir. Foi mais fácil do que eu pensava entrar na Casa Branca (que é menor do que parece). Brasileiro consegue tudo, né?


O post fica por aqui (amiguinhos!) É lógico que tem mais coisas, mas pelos míseros dois dias que eu passei lá foi o que deu pra notar de mais interessante. Esse post é 'Washington - Parte 1', porque com certeza irei lá mais vezes.

5 comentários:

Unknown disse...
13 de abril de 2010 às 15:57  

Karenzucha, eu particularmente achei Washington um saco... não dou a minima pros "herois de gueera" americanos...

Enfim, mas os museus de em NY são baratos. alias, eles custam o preço que vc quer pagar. No meu caso, um dolar. e O Moma sextas a tarde é de graça.

Rá! vc vai comigo quando eu chegar... só no Moma e no Gugueim (não sie escrever, então apelidei)

vc é muito turistonaaaaaa... 35 pra andar nesse onibus tosco quando vc pagou 20 pra chegar de uma cidade a outra?

Unknown disse...
13 de abril de 2010 às 16:33  

Não entendo essa mudança de personalidade no além-mar. Quantos museus você visitou no Rio em 2009? rs

Karen Pinho disse...
13 de abril de 2010 às 20:26  

Putz agora que eu não freqüento mais o polo cultural que e a Tijuca me tornei uma nova pessoa!!!

Anônimo disse...
14 de abril de 2010 às 09:49  

Meu novo post preferido do seu blog!! claro né auhahuahuahuahuauha

Eu adorei Washington, mas eu sou nerd e adoro museus, então... mas eu imagino que se quando eu fui na cidade, começo de novembro, já estava cheia de gente, deve ficar ainda mais insuportável no feriado, ainda mais esse das cerejeiras, que é tipo uma das datas mais importantes na história da cidade... auhauhauhuauhha vc deu azar...

Eu não fui a gerogetown, deve ser muito manero lá, aliás, eu não fui em muitos lugares. Washington tem muita coisa boa pra fazer, como eu pude perceber lendo o meu eyewitness travel guide outro dia (sim, eu li o guia depois de voltar pro Brasil, deprimente...)

E o metrô realmente é insuperável. Imagina como eu me senti voltando pro Brasil e tendo que encarar a Linha 2 do Metro Rio até a Pavuna todo dia... e estudando na ECO... ahh a vida nos EUA é capaz de destruir qualquer amor pelo Brasil (sim, eu não sou patriota... e não ligo!)

João disse...
14 de abril de 2010 às 12:44  

Sim, uma pessoa menos culta, espiritualizada e, principalmente, alegre. Ainda bem que a Tijuca está sempre de braços abertos pra você.

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